A Secretaria municipal de Saúde de São Gonçalo diz que diagnosticou a presença da bactéria Yersinia pestis em uma paciente de 57 anos internada no Hospital Luiz Palmier. Com a suspeita de ser um caso de peste bubônica, foi iniciado um tratamento com antibióticos e a paciente foi internada em leito de isolamento para evitar disseminação.
De acordo com a prefeitura, a mulher deu entrada no Pronto Socorro Central no último dia 22 de dezembro. Ela apresentava insuficiência cardíaca e foi encaminhada para internação no Hospital Luiz Palmier.
Na unidade hospitalar, foi realizado o procedimento padrão de coleta de amostras oral, nasal e anal. Por estar com uma ferida na perna, também foi solicitada amostra da pele que diagnosticou a presença da bactéria. Uma coleta de hemocultura também foi feita e encaminhada para Fiocruz, mas o resultado ainda não foi divulgado.
A Prefeitura informou ainda que uma equipe do controle de zoonoses da Vigilância Ambiental foi até a residência da paciente para realizar uma inspeção de pragas e roedores. No entanto, não foi encontrado vestígio na residência.
"O procedimento foi feito corretamente. O tratamento é feito com antibiótico e o paciente tem que ficar em isolamento. A presença por si só da bactéria não é um exemplo de peste bubônica, mas não pode deixar a bactéria se desenvolver", afirmou o presidente do Cremerj, médio Sylvio Provenzano.
'Doença grave, mas tratamento simples', diz especialista
O G1 entrou em contato com um especialista no assunto para saber detalhes da doença considerada incomum atualmente. O presidente do Cremerj, Sylvio Provenzano, afirmou que a contaminação é feita através de animais.
“Peste bubônica é uma doença causada por uma bactéria, conhecida como Yersinea pestis. Ela é transmitida pela picada da pulga. A pulga infecta roedores, que nos transmite a doença. Peste bubônica causa um aumento dos gânglios linfáticos, geralmente na região do pescoço. Eles aumentam de tamanho e dão pus. Quando colhemos esse material, podemos diagnosticar a doença”, disse.
Provenzano afirmou ainda que o tratamento é simples, mas é necessário que o diagnóstico seja feito rapidamente.
“É uma doença que tem tratamento. Na minha opinião, é mais fácil tratar esse tipo de doença do que uma dengue hemorrágica. Essa peste, tem tratamento específico. É necessário fazer o isolamento e tratar com antibióticos. Mas se o diagnóstico não for feito, o risco é alto de morrer. É uma doença grave”, destacou o médico.
Ele deu mais detalhes sobre o problema: “O último caso descrito aqui no Brasil foi em 2005, os focos da doença no Brasil são em dois lugares: Ceará e Teresópolis. Este é um tipo de doença com notificação compulsória, se for confirmado, todas as secretarias e o Ministério da Saúde são notificados. Isso é necessário para que medidas sejam adotadas para que o número de caso seja controlado”, completou.
Por Matheus Rodrigues, G1 Rio
13/01/2019 08h55 Atualizado há 16 horas
Fonte:g1.globo.com
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