Os dois atuavam na Unidade Básica de Saúde Indígena da comunidade.
O corpo do Técnico de enfermagem foi levado de avião da Sesai(Secretaria de Saúde Indígena), ligada ao Ministério da Saúde, para o IML(Instituto Médico Legal) de Boa Vista, onde foi necropsiado. Vilson era indígena, mas do povo macuxi, e atuava na TI Yanomami.
Segundo Joana Gouveia, presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Privados de Serviços de Saúde de Roraima, o agente acusado de matar o colega não foi preso e está na comunidade. Ele era contratado de uma empresa terceirizada do DSEI(Distrito Sanitário Especial Indígena).
"Não foi feita nenhuma ação para prender ainda. Nós estamos indignados e pedindo justiça. Vamos fazer uma paralisação para que o assassino seja preso e para pedir segurança às equipes que trabalham nessa área", diz.
Joana afirma que ainda não há informações sobre o que poderia ter motivado o crime e relata que houve uma reunião pela manhã para tratar de assuntos internos. "Sabemos que logo após ele foi na maloca, que é próxima, pegou o arco, chamou pelo nome de Vilson e foi logo flechando", disse.
"Ele fez isso premeditado porque ele cortou o fio de comunicação da internet, a equipe ficou sem comunicação nenhuma. Os vizinhos arrumaram para poder pedir socorro, mas isso demorou mais de uma hora", relata.
A Sesai afirma que um boletim de ocorrência será registrado na Polícia Civil de Roraima e "todas as medidas cabíveis serão tomadas após a investigação."
Responsável pelo DSEI, o Ministério da Saúde afirma, em nota, que determinou a demissão imediata do Agente de Saúde acusado do crime —que não teve o nome revelado.
"Além disso, a Sesai recomendou a retirada da equipe que atuava no território, movimento que é acompanhado pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). Uma equipe de profissionais do DSEI Yanomami presta apoio à família da vítima.Ministério da Saúde
O DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena) Yanomami postou o caso no Instagram e afirma que Vilson era conhecido pela "dedicação, profissionalismo e cordialidade.'
Também em Nota Pública , o presidente da Urihi Associação Yanomami e do Conselho Distrital de Saúde Indigena, Junior Hekurari Yanomami, lamentou o crime e se solidarizou.
"O acontecimento nos lembra da complexidade e das dificuldades enfrentadas diariamente por aqueles que atuam em regiões remotas, promovendo saúde e cuidado a comunidades. Neste momento, solidarizamo-nos com a família, amigos e colegas de trabalho de Vilson", diz.
Ele afirmou que Vilson tinha "compromisso e dedicação" com o DSEI e que "não mediu esforços para levar assistência àqueles que mais precisam, superando desafios para cumprir sua missão com excelência."
"Estamos acompanhando de perto o caso junto às autoridades competentes e reiteramos nosso compromisso de colaborar com todos os esforços para que o responsável pelo ato seja investigado e responsabilizado conforme previsto pela lei. Acreditamos que a justiça deve ser feita. "
Júnior Yanomami
Fonte: noticias.uol.com.br
Triste saber que um colega de farda tenha cometido um ato desse. Que seja feita justiça e a equipe possa voltar logo, com segurança para que os pacientes da localidade não fiquem desassistidos
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