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domingo, 3 de março de 2024

Fumacê não é eficaz contra a dengue, afirma infectologista


Especialista da Fundação Oswaldo Cruz, Rivaldo Cunha explicou que medida não é eficiente quando a epidemia já está estabelecida

“O poder dos fumacês, depois que a epidemia está estabelecida, é mínimo. Ele serve para matar mosquitos que estejam voando, mas também mata abelhas e lagartas que fazem parte do micro ecossistema. A agressão ambiental do fumacê é muito grande, além de estimular alergia em crianças que tenham tendência pessoal ou familiar a terem alergias respiratórias”, declarou o infectologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Rivaldo Cunha. Em entrevista ao Poder Expresso, o especialista reforçou a importância dos estados se prepararem com antecedência para evitar a proliferação do mosquito e dos casos graves e óbitos.

“Aquela pessoa que está assintomática é importante que também use repelente para que o mosquito não venha se alimentar dela e continuar a transmitir o vírus”, orientou o especialista.

Outro fator que contribui para o estado de emergência decretado no Distrito Federal, outros seis estados e 154 municípios é a capacidade da fábrica de produzir vacinas. “A vacina ainda não tem fabricação suficiente para atingir um percentual da população para bloquear a transmissão do vírus da dengue. Outras ferramentas também não atingem a totalidade do país porque ainda têm uma abrangência muito limitada. O melhor é que cada um de nós faça a sua parte. Talvez daqui a uns 10 anos a transmissão do vírus seja a menor possível da dengue, da febre Chikungunya e do vírus Zika”, declarou o infectologista.

“Já estamos há quase 40 anos convivendo com epidemia de dengue em alguma localidade do país. Muito provavelmente ainda viveremos com isso durante vários anos. Poucas doenças têm epidemias tão previsíveis quanto a dengue. É inconcebível que depois de 40 anos convivendo com epidemias de dengue, um cidadão tenha que esperar cinco horas para receber um atendimento ou a vacina. Estamos falando de uma doença que conhecemos, é uma doença que pode ficar complicada, mas que o tratamento em 95% das vezes é água ou solução fisiológica, explicou Rivaldo Cunha.

Ainda de acordo com o especialista, o grave estágio da dengue em todo o país deve durar pelo menos dois meses. “Do ponto de vista histórico, nos últimos 25 ou 30 anos, as epidemias têm um curso em cidades acima de 500 mil habitantes de 18 a 22 semanas. No caso do Distrito Federal, os casos começaram em dezembro e ainda devem durar de oito a 10 semanas até termos um declínio”, avaliou o infectologista.

“É importante a mobilização da população para que reduza os focos dos mosquitos. A maioria dos focos está nos domicílios e nos quintais. É importante que os estados preparem a rede de assistência aos doentes. Não é preciso contar um número alto de casos para abrir polos de hidratação. É urgente planejar essa rede assistencial para atender essas pessoas com antecedência’, finalizou o infectologista da Fiocruz Rivaldo Cunha.

Assista o vídeo com a fala do infectologista:

Vídeo reprodução: SBT News

Fonte: sbtnews.sbt.com.br


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