Agentes comunitários de saúde recebem orientações de como trabalhar junto às comunidades seguindo a abordagem dos primeiros cuidados psicológicos. Nesta quarta-feira, 22, foram capacitadas duas turmas que atendem a Região Sul da Capital, na Faculdade Anhanguera, bairro Cavalhada. A metodologia procura acolher as angústias das pessoas, a fim de minimizar os efeitos potencialmente traumáticos da experiência vivida em função das enchentes.
Conforme a psicóloga da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Mara Lago, a capacitação dos agentes é importante para que possam auxiliar as comunidades onde vivem e atuam a encontrar alternativas de superação, restabelecendo o vínculo social e a identidade local. “Neste momento, estamos numa segunda etapa da tragédia, quando a água começa a baixar e as pessoas retornam às suas casas, passando por um novo choque”, afirma.
A agente comunitária de saúde da Quinta Unidade, na Restinga, Marcia Elisa da Rosa, considera que a saúde mental é muito afetada em situações como esta que a cidade vive. “Somos uma espécie de porto seguro nas comunidades, e a capacitação vem para qualificar o nosso trabalho”, acredita.
“A vivência de um desastre desorganiza de forma profunda o tecido social e provoca reações esperadas diante da situação, como medo, ansiedade, perda de apetite, transtorno de sono, irritabilidade e raiva, por exemplo”, explica a coordenadora de Saúde Mental na SMS, psicóloga Marta Fradique. Entre os objetivos dos primeiros cuidados psicológicos está oferecer apoio, avaliando as necessidades e preocupações. A escuta atenta é fundamental, dando conforto e transmitindo calma.
A capacitação dos agentes teve início na Região Norte, mais afetada pelas cheias. Para fortalecer o trabalho nas comunidades, a SMS irá contratar equipes multiprofissionais – incluindo psicólogos, assistentes sociais e terapeutas ocupacionais – para atuar nas quatro coordenadorias regionais de saúde e reforçar o trabalho dos agentes comunitários.
Fonte: prefeitura.poa.br
Foto: Cristine Rochol/PMPA
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